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A Procrastinação sob a Ótica da Ciência: Fisiologia e Psicologia
Publicado em 08 de agosto de 2025 por Alex Neto

As produções científicas mais recentes sobre procrastinação mostram que ela vai muito além da simples preguiça. Os estudos apontam para uma complexa interação entre fatores psicológicos e fisiológicos que influenciam nossa capacidade de iniciar e concluir tarefas.
Principais Descobertas Científicas
1. Falha na Autorregulação e o Papel das Emoções
- A procrastinação é frequentemente definida como uma falha no processo de autorregulação, ou seja, uma dificuldade em gerenciar nossos pensamentos, comportamentos e sentimentos para atingir um objetivo.
- Pesquisas mostram que a procrastinação é uma estratégia de enfrentamento emocional. Em vez de lidarmos com o desconforto, a ansiedade ou o medo associados a uma tarefa, nosso cérebro busca uma recompensa imediata, como a gratificação de uma rede social ou de um vídeo.
- A culpa e o estresse são consequências diretas da procrastinação. No entanto, em vez de nos motivar a agir, essa culpa pode aumentar a ansiedade, levando a um ciclo vicioso de procrastinação.
2. O Cérebro e a Busca por Recompensas Imediatas
- A neurociência explica a procrastinação como uma resposta evolutiva do cérebro. Nosso cérebro, em sua essência, foi programado para economizar energia e buscar recompensas imediatas. Tarefas que exigem esforço e têm recompensas a longo prazo (como estudar para uma prova ou fazer um relatório) não liberam dopamina instantaneamente.
- Em contrapartida, atividades prazerosas (como comer algo doce ou assistir a um vídeo) liberam dopamina imediatamente, reforçando o comportamento de adiar o que é difícil em favor do que é fácil e prazeroso.
- Estudos sugerem que algumas pessoas podem sentir uma espécie de “dor no cérebro” ao se depararem com uma tarefa desagradável. Nesses casos, o cérebro ativa mecanismos para aliviar essa sensação, o que pode levar à procrastinação.
3. A Procrastinação como Sintoma e Não como Doença
- Diversas produções científicas alertam que a procrastinação crônica, em muitos casos, não é o problema em si, mas um sintoma de questões mais profundas.
- Existem fortes correlações entre a procrastinação e distúrbios como depressão, ansiedade, TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).
- A procrastinação pode ser uma forma de o cérebro evitar a frustração de não atingir um objetivo idealizado ou de lidar com o medo da falha.
Estratégias Baseadas em Evidências para Lidar com a Procrastinação
Os estudos indicam que as melhores abordagens para combater a procrastinação envolvem o autoconhecimento e o gerenciamento de emoções, em vez de apenas a gestão do tempo.
- Identifique a Causa: Descubra por que você está procrastinando. É medo de falhar? Perfeccionismo? Desmotivação?
- Quebre Tarefas: Divida grandes tarefas em etapas pequenas e gerenciáveis. Isso reduz a sensação de sobrecarga e torna o início mais fácil.
- Técnicas de Foco: Métodos como a Técnica Pomodoro (trabalho focado por 25 minutos com pausas curtas) são eficazes para combater a dispersão e manter a motivação.
- Cuide da sua Fisiologia: O exercício físico e uma boa noite de sono são essenciais. Eles ajudam a regular os neurotransmissores e melhoram a sua capacidade de autorregulação.
O conhecimento sobre os mecanismos fisiológicos e psicológicos por trás da procrastinação nos mostra que, para superá-la, precisamos ser mais estratégicos e compassivos com nós mesmos.
Procrastinação não é sinônimo de preguiça. Pelo contrário, muitas pessoas procrastinadoras são bastante ativas, mas dispersam sua energia em múltiplas tarefas, produzindo muito, mas sem concluir o que realmente importa. A procrastinação, para ser superada, deve ser compreendida e conhecida.
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